Na noite da última quarta-feira (4), o ator, comediante e empresário Felipe Neto, um dos maiores nomes brasileiros na produção de conteúdo para internet, postou um vídeo no Youtube anunciando o fim de seu canal Parafernalha (veja aqui).
A notícia foi publicada no Adnews e se espalhou na web. Público e imprensa ficaram atônitos, já que o canal criado por Felipe tem uma legião com 4 milhões de assinantes e mais de 246 milhões de visualizações. Sem contar que a produtora criou também “A Toca”, a primeira série exclusiva para o Netflix fora dos Estados Unidos. "Faz sentido?" foi a questão mais ouvida, parodiando o primeiro canal que ele criou na web. Não, não faz.
O que faltava mesmo então era uma peça para encaixar o quebra-cabeça que definiria os próximos passos da Paramaker e seu presidente, um dos primeiros “Youtubers” brasileiros a capitalizar a massiva audiência da internet. Na entrevista abaixo, concedida exclusivamente ao Adnews, Felipe Neto findou a dúvida: o Parafernalha não morreu. “O canal do jeito que o público conhecia acabou, mas para voltar de uma maneira totalmente reformulada”. Agora você vai ver que faz todo o sentido. Confira aqui a contagem regressiva para a volta do Pafernalha,
Confira o bate-papo:
Então o Parafernalha realmente não chegou ao fim?
O que ninguém sabe ainda é que o Parafernalha chegou ao fim apenas naquele formato antigo, para um grande recomeço. Planejamos muito e resolvemos repensar o nosso formato. Essa foi a maneira que encontramos de contar isso tudo. Foi muito legal receber a atenção do público, o carinho, a comoção, enfim... Agora vamos mostrar outro conteúdo também ligado ao humor, mas muito mais versátil e sem ficar preso apenas no esquema de esquetes. Teremos um novo estilo, uma nova identidade visual, além de novas caras, como Lila Protásio, Victor Lamoglia, entre outros.
E como será essa volta?
Colocamos ar, no site do Parafernalha, uma contagem regressiva para a volta já no novo formato. O primeiro vídeo entra amanhã (7) no site, às 10 da manhã, e se chama “Mentiras do dia-a-dia”. Junto com ele entra também um vídeo que conta os bastidores da "paralisação". Teremos agora um horário fixo de postagem, músicas próprias e filmes que não tem necessariamente começo, meio e fim, como uma história convencional.
Quais são os próximos passos da Paramaker? A parceria com a Maker Studios continua?
A Paramaker faz um trabalho muito importante para estimular a profissionalização do Youtube no Brasil. Já temos conosco mais de 3 mil canais de vídeos e estamos conseguindo trazer anunciantes e parceiros importantes para o nosso sistema. Estou também particularmente em um período muito interessante da minha vida, separando o Felipe Neto ator e comediante do Felipe Neto empresário e empreendedor. Isso é muito importante.
Como está o mercado de Youtubers no Brasil?
Está em desenvolvimento. Podemos dizer que ainda é um processo embrionário. Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem mais de 200 canais com mais 1 milhão de visualizações. Estamos longe disso, por enquanto, no Brasil. A expectativa é a melhor possível, já tem muito profissional percebendo que não precisa mais depender apenas das mídias tradicionais para fazer sucesso. O Youtube pode ser inovador e mudar o entretenimento no Brasil. A Paramaker estimula esse potencial.
A internet já conquistou a credibilidade necessária para captar recursos dos anunciantes por aqui?
A Internet pode ainda crescer muito mais e isso vai acontecer. A classe C tem crescido nos últimos anos, os valores dos planos estão caindo, a acessibilidade aumenta com tudo isso. Podemos dizer que temos uma internet emergente, mas já temos números muito bons. O Brasil é o primeiro do ranking em tempo de permanência no Youtube, por exemplo. O mercado já se ligou nisso. Já tem grandes executivos, agências e clientes agindo no ecossistema da web.
Você tem noção da sua importância e de canais como o Não faz Sentido e a Parafernalha para a profissionalização do Youtube no Brasil? Você não acha que o sucesso de canais como o Porta dos Fundos ou mesmo essas webséries de humor que até mesmo as marcas começaram a criar... Não tem tudo a ver com o trabalho que você começou lá trás?
Eu me sinto muito bem. É um grande honra saber que faço parte desse processo de amadurecimento. Não sei se fui o primeiro a captar recursos, mas certamente fui um dos primeiros, principalmente com ações de product placement. Você citou apenas um canal, mas outros também surgirão com muita força. A internet é muito dinâmica. É isso, por exemplo, que moveu a renovação do Parafernalha. A web é inovadora e quem não se reinventar terá dificuldade. Em um dado momento, percebemos que era hora de mexer nas coisas, não por que estava ruim, mas por queremos sempre resultados ainda melhores.
Por que as marcas investem tanto no humor no Youtube? É o único formato que dá certo?
É uma grande tendência. O humor tem o poder do compartilhamento, a grande capacidade viral. Mas como eu já disse, a internet é muita dinâmica, e tudo isso deve mudar. O conteúdo original de Youtube começou com blogs, depois com canais de humor, depois tivemos uma invasão dos vídeos de gamers, isso varia muito. Agora, por exemplo, alguns canais de maquiagem tem feito enorme sucesso. Os canais de esporte também. Logo mais teremos conteúdo jornalístico e de outros gêneros. Por enquanto o humor tem sido o gatilho para a propaganda no Youtube brasileiro, mas isso tende a mudar um pouco e novos formatos de conteúdo vão entrar nesse radar.
Qual é a dica que você daria para quem está pensando em começar nesse mercado de produção de conteúdo para a internet?
Se for começar um blog, a palavra de ordem é “ação”. Execute, faça, teste e veja o que as pessoas pensam sobre o seu blog. Já uma produtora, onde o investimento é maior, não dá para ficar chutando muito, então, nada melhor que um bom planejamento. Por fim, é preciso criar um diferencial e acreditar muito no que você está fazendo, seja lá o que for.
Esse é o novo logo do Parafernalha:
Fonte: AdNews
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